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Lavo o rosto com a sede que o tempo guardou ..
Toda aquela que o corpo, ainda que dormente, não rejeitou ..
Sei-a tão pouco que já não lhe lembrava o sabor ..
Mas o rasgo que perfaz na pele conta que é dor ..

Revolta-se o ser pela angustia não desejada ..
Tão a troco de tudo, tão a favor de nada ..
Soltou-se a ira pelo mais pequeno pormenor ..
De tanto vivido, ate parece que foi sem amor ..

Porquê agora?
E não depois ..

Porque não outrora?
Quando um eram dois ..

Mascara complexa esta que me carrega ..
Tanto me devasta como me sossega ..
Brilho no rosto, sorrir no olhar ..
E nem a mim divulga que estou a quebrar ..

De tão pouco que me sei, assim já me sabia ..
Mas não quis acreditar que, de novo, aconteceria ..
É que por uma, única, vez de outrora conto tal desgaste ..
E comparando, nada de nada Tu me levaste ..

E sei ..

Que ainda hoje saciará,  novamente ..
O rosto no corpo que aguenta ..
E será, num todo, brilho na mascara que ostenta ..
Até ao dia em que desta dor, qualquer outra se sinta diferente ..

Assim o sei ..

Porque o sentir que hoje me quebrou ..
Não me fez esquecer ou conhecer de outra forma ..
E sendo que o leito já secou ..
Revoltada, o sei já no ser como norma!

N.P.
Sábado, 16 de Junho de 2012 às 4:05

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