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Restia de gente !

Depois de mim sobrei. As ruas desvendaram colinas Troços cruzados, novas esquinas. Mas eu parei. Os bustos sorriram. Os pombos voaram. As pedras rolaram. E eu congelei. Desconhecido o rumo. O fogo da vontade. Restando a verdade. Não me aprumei. E na saudade crua. Restia do que fora e não volta. Numa veste unica e só sua. Outrora minha, ora solta. Hoje tento e sobro tanto. De tudo o que pensara ser tão meu. Foi o tempo, velho pranto. Sobre tudo, sobro Eu. NP

Mirrors !

Olho á volta, tudo sorri. Sorrio de volta, espelho o que vi. Mas este sorrir não me reflecte. Oculta tudo aquilo que me fere. Escrutina o peito, quer saber:  Esquecer, fará de mim mais mulher? Impiedosa assim, carrego um sorrir. E a lágrima que rasga esconde-se no rosto. Suprime tudo e nada do que estou a sentir. Devolve-te o sorriso, tal é suposto. NP

Há quem pense (!)

Há quem a pense. Timida, intrusa no corpo que se acanha perante abordagem ousada. Misterio, nas palavras conjugadas em mais do que um unico sentido. Voraz, na ansia de querer mais do que se permite. Manipulação, na sombra do que diz e deixa por dizer. Pura, na transparencia dos sentidos. Falsa, por não dar a conhecer mais do que se permite. Amor, pelo cuidar atento de quem ama. Fria. Fraca. Vazia. Tudo isto. Ou nada disto. Num unico pedaço de gente. Há quem a pense! NP

Legacy

Não quero. Levar nada do que ganhei. Nem tampouco tanto do que perdi. Quero deixar algo que amei. Neste espaço onde senti. Da vida na qual me eternizei. No tumulto da brisa em que vivi. Guarda-me perto. Aconchega-me bem. Nesse abraço em que recebi. Lembra que fui. Recorda que serei. Sempre. Presente. Aqui. NP

Pettit Nom

Meu nome tens guardado. Num fácil gesto anunciado. Tens-me certa no enlace. Tua esgrima de sorriso e disfarce. Mas meu nome não me escreve. Nem tampouco me divulga. O outro que me despe. Esse não o tens. Nem esse eu arrisco. A qualquer troco. Por qualquer pacto. Essencia minha. Onde amo. Do que ardo! NP

Sabichão !!

Sabes saber... O que sabes e o que sei... Até aquilo que sabes que não sei... Tu sabes.   E na certeza do que sabes, sabes... Mais ninguem sabe... So tu sabes...saber.   E quando nao sabes... Sabes que não sabes... E também assim sabes.   Sabichão sabe sempre... E tudo sabe não sabendo.   Sabichão sabe de si e de toda a gente.   Pobre, solitário sabedor. Sabe tanto de tanto... Sabe tanto de tão pouco... Que nada sabe.   NP

!! Be Free !!

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De um dia, até um dia... Um abraco-beijo profundo... Aperta a pele contra o corpo... Vestido de um forte desejo desnudo... Repete-se num "milesimo de segundo"... E pára... Retorna ao solo que sobrevou... Ás conviccoes de que não se despegou... E numa caricia, te liberta... Num mundo todo ele teu e á tua volta... Devolve-te ao ser que és... Sem medida nem método... Livre... Até um dia...!