Strange world that I live in !

De tão grandes que se parecem os corpos que tão minusculos se reconhecem as almas ... variados são os uniformes dos espiritos que atormentam a passagem de quem apenas quer vingar ... vencer na vida numa passagem sem tormentas, num jogo simples, sem falsas partidas ... inconscientes se movem em trapos, ignorando forças que deixam de existir e se fortificam em quem não lhes tem direito ... ao longe, observo, medito, penso ... muito pouco faz sentido mas não seria mais que nada se assim não fosse ... limitamos a vida a espaços curvos, passagens estreitas onde só passa quem se molda aquela forma ... eu? eu sinto-me estanque num corpo que me envolve num Ser imutável ... nada se molda á minha forma, não me permito encaixar onde não pertenço ... dificulto a viagem e adquiro-o como facto pessoal, mas não serei lenha para canhão ... não me permito entrar em fila sistematizada, sem sonhos, sem ambição, sem nada ... visualizo criar um mundo meu, olhar para onde se me virarem os olhos, ser livre de querer ...


Porque não? correr pelo que amo, sentir o doce sabor da viagem num coração que explode ...


Porque não? largar as ideologias que depositam sobre mim e voar nos meus proprios sonhos ...


Porque não? abraçar muitas pessoas de uma só vez e dar a cada uma delas a mesma quantidade de mim ...


Porque não? ambicionar o grito mudo de duas mãos que se entrelaçam pelas ruas da cidade ...


Porque não? fechar os olhos e deixar-me cair para trás acreditando que um desconhecido me irá amparar antes que toque o chão ...


Mas porque não?


Não seria este o mundo que escolheria se hipotese me fosse cedida ... acordo ... sinto os pés na terra, cai-me o corpo e a alma como que se voltasse a mim ... reconheço-me mal neste espaço, perco-me em mim mesma ... olho em frente ... encolho os ombros ... dou mais um passo ... penso ... somente mais um pedacinho de vida!




" ... Vivamos ... "


N.P.

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